Obaluayê


Na Umbanda, o culto é feito a Omulu, que se desdobra com o nome de Obaluayê. Orixá originário do Daomé, Obaluayê também conhecido como Omulu, sua forma velha, detém o poder sobre a cura das doenças. É um Orixá sombrio, tido entre os iorubanos como severo e terrível caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais.
Arquetipicamente, lega a seus filhos tendências ao masoquismo e à autopunição, um austéro código de conduta e possíveis problemas com os membros inferiores, em geral, ou pequenos outros defeotos físicos.
Ao Senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de uma postura na dança: se nela Obaluayê esconde dos espectadores suas chagas no rosto e na pele em geral, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos na sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia a dia, tal tendência se revelaria através de um caráter masoquista, compondo aquele tipo de pessoas que costumam exagerar seus sofrimentos ao externá-los para outras pessoas.
Os filhos de Obaluayê se definem como pessoas que são incapazes de se sentir satisfeitas quando a vida lhes corre tranquila. Podem atingir situações materiais invejáveis e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imáginarios. Pessoas que em certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.
A marca mais forte de Obaluayê (Omulu) não é a exibição de seu sofrimento, mas o sofrimento em si. Ele se revelaria numa tendência autopunitiva muito forte, que pode tanto se revelar como grande capacidade de somatização de problemas psicológicos em forma de doenças físicas como elaboração  de rígidos conceitos de moral que afastam seus filhos no santo do dia a dia, das outras pessoas em geral e dos prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si mesmo, uma vez que foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição. Como a palha cobre suas chagas e lhe empresta um caráter tenebroso, o filho desse Orixá ocultaria sua individualidade como uma máscara de austeridade e até certa aura de respeito e de imposição de certo medo aos outros. Entretanto, isto não ocorre, pois se apresentam humildes, simpáticos e caridosos. Assim é que na Umbanda este Orixá toma a personalidade da caridade na cura das doenças, sendo considerado o "Orixá da Saúde", Chefe da 3ª. Linha da Umbanda.
 
Saudação: "Atotô"
Cores: branca e negra na Umbanda
Sincretismo:  Sincretizado com São Roque seu dia é festejado em 16 de Agosto, quando sincretizado com São Lázaro (mais comumente) é festejado em 17 de Dezembro.
Dia da Semana: 2ª. feira