Mensagem do Caboclo das 7 Encruzilhadas aos Umbandistas
“A
Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade,
honestidade e, eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil
moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão
mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O
perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o
consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os
próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que
toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro,
como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver
muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é
humildade, amor e caridade. Esta a nossa bandeira. Neste momento, meus
irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do
Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange
de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão.
Meus
irmãos, sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para
irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos
espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os
aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as
virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas
comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas
casas de Umbanda.
Meus
irmãos, meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou
antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a
dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua
mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda. A maior parte dos que
trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que
saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta
Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai
determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi
escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar
à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade.
Que o
nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de
exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade
por pensamento ou práticas. Que Deus perdoe as maldades que possam ter
sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos
vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho, fechai a boca para
não murmurar contra quem quer que seja. Não julgueis para não serdes
julgados. Acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos
Evangelhos.
Eu,
meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de
todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste
momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao
sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos
enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria.
Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade,
sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas”.
Créditos:
Em 1971, a senhora
Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança,
Fraternidade – RJ) gravou essa mensagem do Caboclo das Sete
Encruzilhadas, que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução
desta entidade de muita luz.
Colaborador: Rodrigo Pestana